Nos últimos meses, muitos brasileiros têm repensado a tradicional poupança em favor de alternativas mais rentáveis. Com um cenário econômico favorável e uma infinidade de produtos disponíveis, investir em renda fixa vai muito além do simples hábito de guardar dinheiro.
Por que falar de renda fixa hoje?
O Brasil vive um momento singular: a Selic em patamar historicamente alto de 15% ao ano, o maior valor desde 2006. Essa decisão do Banco Central projeta um horizonte de juros elevados até o fim de 2025, criando um ambiente ideal para renda fixa.
Além disso, a inflação tem mostrado sinais de desaceleração, o que significa rendimento acima da inflação para os títulos de renda fixa. Em um contexto de menor volatilidade, esses investimentos oferecem baixa volatilidade e previsibilidade — fatores que atraem perfis conservadores e moderados.
O crescimento da renda fixa no Brasil
Os números da B3 deixam claro o movimento de migração dos brasileiros:
- Investidores em renda fixa cresceram 20% entre 2T24 e 2T25, atingindo 100,2 milhões de CPFs.
- Valor em custódia alcança R$ 2,8 trilhões, alta de 23% em 12 meses.
- CDBs e RDBs lideram com 99,1 milhões de investidores, seguidos por LCIs/LCAs e títulos corporativos.
- Novos produtos como Tesouro RendA+ e Educa+ atraem centenas de milhares de pessoas.
Esse crescimento demonstra a busca por segurança e retorno, deslocando recursos da poupança e até da renda variável, que registrou alta de apenas 5% no número de investidores no mesmo período.
Poupança x renda fixa moderna
Embora a poupança seja conhecida pela isenção de IR e simplicidade, seus rendimentos perdem força em ambientes de juros altos. Em comparação, um CDB atrelado a 100% do CDI rende atualmente perto de 14,9% ao ano bruto, superando com folga a rentabilidade da poupança.
Para quem busca proteção contra a inflação ou deseja travar juros antes de possíveis quedas, existem opções prefixadas e atreladas ao IPCA que garantem ganhos reais.
Principais tipos de investimentos em renda fixa
1. Títulos Públicos (Tesouro Direto)
Investir em títulos do Tesouro é uma escolha popular entre iniciantes e veteranos. Os principais são:
- Tesouro Selic: pós-fixado, indicado para reserva de emergência e alta liquidez (D+1).
- Tesouro Prefixado: taxa fixa conhecida, ideal para quem aposta na queda futura da Selic.
- Tesouro IPCA+: paga IPCA mais juro real, garantindo diversificação inteligente de carteira e preservação do poder de compra.
Além desses, o Tesouro RendA+ foca em renda futura e o Educa+ em educação, ampliando as possibilidades de planejamento.
2. Títulos Bancários
Os bancos oferecem produtos com diferentes perfis de risco, prazo e tributação:
- CDB e RDB: podem ser pós-fixados, prefixados ou atrelados ao IPCA. Cobertos pelo FGC, são seguros e versáteis.
- LCI e LCA: isentos de IR para pessoa física, atraentes para quem busca ganhos líquidos superiores.
- Debêntures e CRA/CRI: títulos de crédito privado com potencial de retorno maior, porém com risco de crédito.
Cada produto atende a diferentes objetivos financeiros de longo prazo, seja para o curto, médio ou longo prazo.
Como começar e dicas práticas
1. Defina seus objetivos: emergência, aposentadoria ou grandes sonhos. Saber o prazo e a finalidade é o primeiro passo.
2. Avalie sua tolerância ao risco. Mesmo na renda fixa, alguns produtos têm maior sensibilidade a juros e prazos.
3. Pesquise taxas de administração em plataformas de investimento, pois custos podem impactar significativamente a rentabilidade.
4. Diversifique entre categorias: combine Tesouro Selic com CDBs, LCIs e títulos indexados ao IPCA para equilibrar liquidez e retorno.
5. Acompanhe cenários econômicos: mudanças na Selic e na inflação influenciam diretamente os mercados de renda fixa.
Ao adotar uma estratégia consciente e bem planejada, você transforma a renda fixa em uma poderosa aliada para construir patrimônio e realizar sonhos. O momento não poderia ser mais oportuno: aproveite o cenário favorável para renda fixa e descubra opções além da velha poupança.